Deu a louca, aos vinte e pouco...
Certo dia estava olhando a minha timeline do facebook e me deparei com uma frase que me deixou bastante intrigada, não me recordo no momento quem foi o autor desta frase, mas seu conteúdo me chamou a atenção pois nela dizia que o maior erro que podemos cometer na vida é realizar todas as nossas principais escolhas durante a adolescência/juventude, pois é a fase em que somos mais imaturos.
Desse dia em diante comecei a observar mais em relação as escolhas que realizei e que realizo na minha vida e pude perceber alguns pontos que me despertaram para a realidade. A cobrança social imposta aos jovens é cada vez mais intensa, quando falamos a frase de impacto “o futuro está em suas mãos” ou “o futuro depende de você”, não prestamos atenção no peso que esta simples frase pode ter.
No final da adolescência cabe ao jovem, primeiramente abandonar os pensamentos infantis que ainda possui e ser incluído em uma sociedade que por diversas vezes é opressora com os que não seguem os padrões por ela instituídos como certo, o jovem tem que ser inserido no mercado de trabalho, tem que escolher sua futura profissão, tem de pensar em construção de uma futura família e assim em diante.
Só que psicologicamente falando, e nessa parte digo por mim mesma, que não temos uma base estrutural solida o suficiente para suportar essa demanda de decisões e modificações que ocorrem e muitas delas as vezes é enfrentada sozinha (logico que sempre há as exceções), ou seja, não há um compartilhamento entre familiares, ou um aconselhamento com um profissional que possa ajudar esse “futuro adulto” a enfrentar as dificuldades que estão por vir. Cabe reforçar aqui a necessidade desse auxilio tanto familiar quanto profissional, pois os casos transtornos como por exemplo a depressão e a ansiedade tem crescido ao longo dos anos e já não é mais um problema local e sim mundial.
Crescer e adentrar a fase adulta é algo natural da sequência da vida humana, mas impor as pessoas uma forma exata de como ela deve crescer, não é certo e nem justo. Por que frustações originárias de tentar se enquadrar em um padrão que não te cabe, acaba ferindo os sentimentos e gerando tristeza e marcas profundas. Dores emocionais não são frescuras, a depressão não é modinha, ansiedade não é falta do que fazer, mas sim, a falta de compreensão de pessoas que se dizem “mente abertas”- mas só em relação ao que elas consideram certo- Isso sim é um tremendo erro.
Tudo bem se você tiver 22 anos e não souber o que fazer da vida. Tudo bem se você ainda não tem o tão sonhado emprego, tudo bem se você for solteira (o), tudo bem se você ainda mora com os pais, tudo bem se seu sonho for se casar ou não, se quiser ter filhos ou não, se for mais gordinho ou magrinho, se seu cabelo é liso, enroladinho ou sem nenhuma definição, tudo bem ser branco, negro, pardo, roxo, vermelho azul... simplesmente tudo bem...
Com o tempo nós vamos nos conhecer melhor, vamos nos aceitar e nos definir como indivíduos singulares e maravilhosos que somos. Com o tempo vamos descobrir o caminho, vamos fazer escolhas mais sensatas e vamos aprender que embora exista um padrão quem faz as escolhas somos nós, e o melhor de tudo é que não precisamos ter pressa para isso, embora nossa vida seja limitada e não saibamos o momento exato em que ela se encerrara, não tem para que ou por que se desesperar, até por que, “quando não se sabe para onde ir, qualquer caminho irá servir”. E é isso que eu tento me convencer todos os dias... todos os dias eu me olho e digo que está tudo bem e tento me fazer entender  que a única coisas que temos que fazer é viver da melhor maneira possível dando um passo de cada vez, cuidando da saúde física e emocional, respeitando as diferenças uns dos outros e principalmente aproveitar meus vinte e poucos anos por que eles sim, se não forem bem utilizados terão sido em vão, uma fase primordial da vida simplesmente perdida, e não, infelizmente não tempos direito a segundas tentativas.
Deu a louca
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Deu a louca

Texto de opinião pessoal em relação aos excessos de cobranças, principalmente de cunho psicológico dirigidas aos jovens do século 21.

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